Sincero
Fui sincero e disse que não havia lugar pra ela na minha vida. Depois de ter me olhado com aquela expressão de revolta e resignação, ela suspirou. Sinceramente, não queria que ela suspirasse. Queria que ela me desse um tapa na cara, me chamasse de filho da puta e batesse a porta depois de ter jogado o vaso de porcelana contra um espelho colocado numa estante de vidro. Mas suspirar era a morte.
E a morte entrou em casa, passou por ela e me cumprimentou. Aquele suspiro fez parar as minhas sensações. Naquela hora já não amava, não odiava, não queria, nem desejava. Me limitei a continuar a respirar, mas temi que o suspiro dela tivesse roubado todo o ar da sala, porque nem respirar conseguia mais. Mas antes de perguntar a mim próprio sobre a causa daquelas sensações, acabei por sair do transe com apenas uma frase dela: "Você nunca me conheceu de verdade".
Ouvi aquilo e a expressão de revolta passou a ser minha. Revolta por não saber o que era melhor pra mim. De repente, toda a minha sinceridade era posta em causa pela força de um suspiro. Queria chamar, queria gritar, mas só consegui abrir a boca quando a luz da rua começou a entrar no quarto ao mesmo tempo que ela saía sem falar mais nada. Naquele momento, desejava conhecê-la realmente, saber o que ela tinha para me contar nas horas silenciosas. Mas nunca tive tempo para saber. Ao invés disso, fiquei ali, sentado na cama, com a morte de pé ao meu lado.
E a morte entrou em casa, passou por ela e me cumprimentou. Aquele suspiro fez parar as minhas sensações. Naquela hora já não amava, não odiava, não queria, nem desejava. Me limitei a continuar a respirar, mas temi que o suspiro dela tivesse roubado todo o ar da sala, porque nem respirar conseguia mais. Mas antes de perguntar a mim próprio sobre a causa daquelas sensações, acabei por sair do transe com apenas uma frase dela: "Você nunca me conheceu de verdade".
Ouvi aquilo e a expressão de revolta passou a ser minha. Revolta por não saber o que era melhor pra mim. De repente, toda a minha sinceridade era posta em causa pela força de um suspiro. Queria chamar, queria gritar, mas só consegui abrir a boca quando a luz da rua começou a entrar no quarto ao mesmo tempo que ela saía sem falar mais nada. Naquele momento, desejava conhecê-la realmente, saber o que ela tinha para me contar nas horas silenciosas. Mas nunca tive tempo para saber. Ao invés disso, fiquei ali, sentado na cama, com a morte de pé ao meu lado.
Ah, essa foi mais uma da série 'Tamancadas na Gengiva'!
Posted by CarolBorne | 4:34 AM
Fiquei de queixo caído... vc me surpreende a cada dia.. bjs
Posted by Anônimo | 1:54 PM
do caralhao, my friend
Posted by Anônimo | 2:20 PM
I'm with Fudge
Posted by Anônimo | 9:54 PM
Lindo... absolutamente delicioso.
Posted by Anônimo | 3:45 PM
Esse "lindo, absolutamente delicioso" foi pro texto ou pro Celinho???
LOL!!
Posted by frasca | 2:24 AM
Para os dois... um não existe sem o outro ;)
Posted by Anônimo | 12:28 PM
O que dizer velho amigo, do caralho seu texto!!! Congratulations!!
Posted by Anônimo | 4:10 PM