segunda-feira, junho 26

Filma eu, Galvão!!

Bom, é meio "Globístico" demais, até beirando o exagero, mas para quem estiver curioso para saber o que o Parreira fala durante os jogos, aqui vai:

http://gmc.globo.com/GMC/0,,2465-p-M490649,00.html

O que é hilário é saber que a maior parte das leituras labiais é "Eeeeeeeei!!" ou "Ficaaaa!!!" ou "piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii" e "bando de piiiiiiiiiiiiiiiiiiii". Como diria aquele narrador de futebol, essa até eu faria!
Mas agora o Parreira vai ter que mudar os códigos para não ser compreendido. Aqui segue uma lista de exemplos fáceis para o mister:

- Ataca pela direita!= Ronaldo, se liga se não você vai para o banco!
- Ficaaaaaa!= Desaparece daí, filho da p****!
- Ronaldooo! Você é lindo!= Cai pelas laterais, Kaka!
- Ronaldinhoooo! Da um sorriso pra mim!= Faz aquele drible!
- Cafu! Olha a rima!= Cuidado com o contra-ataque pelas costas!
- Som! Eu quero som!= Quero chutes de fora da área!
- Gordo, solta o pé!= Ronaldo, solta o pé!
- Gutchi, gutchi..cade a coisa linda do papai?= Vai que é sua Dida!
- Filma eu Galvão!= Bom, depois dessa é pouco provável que o Parreira queira aparecer no Fantástico de novo..

quarta-feira, junho 21

Manifesto maravilha

Queremos que o Brasil chegue com admiração, que sacuda a torcida aos 33 do segundo tempo depois de fazer uma jogada celestial em gol. Queremos que o Brasil tabele e drible três zagueiros, que dê um toque e engane o goleiro e que até entre com bola e tudo porque afinal, humildade não se mede nos gols. Queremos que o Brasil faça muitos gols de classe onde ele mostre a nossa malícia e a nossa raça. Queremos gols de anjo, gols de placa, gols de longe e de perto e, por que não, até gols de mão, para ficarmos agradecidos e encantados.

Porque o velho e bom Jorge Ben Jor é sempre atual, é sempre bom de ouvir e porque queremos gritar gol mais vezes e jogar bonito. Força Brasil!

segunda-feira, junho 19

Mundo Cão



Níquel Náusea, by Fernando González

domingo, junho 18

ihh, olha o cara!

Li que um humorista de 43 anos tinha morrido num canto de página do site da Folha de São Paulo. O tamanho do meu monitor não permitiu que lesse o nome de Bussunda sem movimentar o cursor e no entanto, quando finalmente li o nome do Casseta foi o meu senso comum que não permitiu que compreendesse realmente o que estava lendo.
As palavras Bussunda e o verbo morrer não podiam vir juntos na mesma frase. Não hoje, daqui a uns 40 anos, talvez. Mas vieram juntas e com elas uma tristeza e um silêncio difíceis de explicar em palavras. Ele não era da família, ele não era um conviva de mesa de bar, ele não era um amigo próximo, mas ao mesmo tempo ele era tudo isso. O fenômeno da televisão trazia Bussunda para dentro das nossas casa há mais de dez anos, com o jeito brasileiro de ser, o jeito carioquíssimo que, como diz a Carol, ele mantinha em todas as imitações, conquistaram a todos que, no fundo gostariam de ser como ele. Não rico, ou famoso, ou Global, ou popular. Mas feliz.
Em qualquer busca de fotos do Bussunda, desafio qualquer pessoa a me apresentar uma única foto em que ele não esteja sorrindo. É praticamente impossível. E não é que ele não tivesse momentos ruins na vida, afinal todo mundo tem dor de dente, problema de grana e acorda de mau humor, mas Bussunda tinha sempre uma visão sorridente sobre a realidade, de quem está muito acima de qualquer coisa.
Não vou fazer o discurso clichê-pós-morte de que ele era um bom amigo, um bom pai e um bom colega porque não o conheci nesses termos. Mas posso dizer, sim, que hoje estamos mais tristes. O futuro do Casseta & Planeta, dos outros colegas do grupo, ou do Ibope da Globo não interessam realmente agora.
Quando uma pessoa tão jovem e tão talentosa morre de uma forma tão inesperada costumamos nos perguntar o porquê de tudo e torcemos para que ele esteja alegrando tudo à sua volta, onde quer que ele esteja. Por outro lado pode ser que nada exista além disso e que seja realmente o fim de tudo. Mas o que sabemos é que podemos levar a vida com um pequeno sorriso, com um grande sorriso, até com uma constante gargalhada. Porque, no final, só isso é que fica. E na verdade "isso" é tanta coisa...

quinta-feira, junho 8

Bloco de notas

Às vezes os argumentos mais bonitos eram para ele os mais tristes. Lia algo que gostava e tinha vontade de colocar no papel toda a tristeza e emoção que sentia, mas na primeira linha tudo parecia ridículo e banal. Deixou de escrever compulsivamente para apenas registrar sentimentos e emoções passageiras. Com o tempo, passou a escrever cada vez menos e apenas interiorizava todos aqueles textos e intenções que gostaria de colocar no papel. O nó na garganta ficava maior à medida que lia coisas que o tocavam e acalmava quando conversava com seu irmão, mas a escrita era, ainda, uma muleta inconsequente que não o ajudava, nem aliviava a dor da vida. Pensou. Resolveu escrever poesia e, assim, pensava que conseguira atingir o nirvana literário, o estatuto de paz interior. Mas a impaciência e a insatisfação explodiam dentro dele a cada noite que dormia com as palavras no coração, com as linhas escritas na sua mente. No entanto, achava que na verdade não queria colocar aquelas palavras tristes no papel, apenas queria viver e registrar os momentos felizes, mesmo sendo eles cada vez mais restritos. Comprou um bloco de notas e um lápis miniatura e passou a escrever quase vinte horas por dia, num fluxo constante de emoções e conflitos pessoais. Sentia-se melhor de vez em quando, mas a necessidade de escrever crescia a cada hora sem dormir. Passou a ter noites de insônia que passava rabiscando o velho bloco de notas e insensível à ausência de descanso. Deixou de comer porque pensava que o tempo que passava se alimentando era inútil e porque o nó na garganta provocado pelos sentimentos não o deixavam engolir os fatos da vida. Precisava colocá-los no papel para que eles deixassem de o incomodar. Quando foi internado, segurava nas mãos o bloco de notas e um lápis quase sem ponta. Seus dedos estavam calejados pela escrita e tinha as unhas pretas pela grafite. Olhava fixamente o teto, sozinho, sem saber o que escrever, mas com os sentimentos acompanhados de uma multidão de palavras. Prontas para sair.

quarta-feira, junho 7

John, Paul, George, Ringo and Billy

Billy Preston
09/09/1946 - 06/06/2006
Podia escrever muitas coisas sobre o cara aqui, mas basta ler isso. E ver o currículo que ele tinha. Tocou com quase todo mundo e deixou uma obra invejável que eu recomendo. Ele não estava onde os feras estavam. Os feras é que queriam Billy Preston com eles.

terça-feira, junho 6

Rock in Rio Lisboa - parte II

A tarde de calor segurava os mais fracos debaixo da sombra. No palco, os mais corajosos aguardavam o primeiro show do dia com a força que só os fãs têm. A estreia de Pitty em Portugal era no mesmo dia dos portugueses Xutos e Pontapés, de Darkness e do Guns n’ Roses. Uma tarefa árdua que só era superada pela paciência de aguardar pelo show das 19 horas debaixo de um sol de 35 graus num recinto que vendia água a 1 euro e cerveja de 250 ml a 2,5 euros.
Mas como o sol não dura a tarde toda e o tempo acaba passando, Pitty entrou em palco pontualmente para centenas de brasileiros e milhares de portugueses que, alheios ao estilo de música da baiana, quase que pagavam pra ver o que apareceria ali. Cumprimentos a todos, bandeiras brasileiras no ar, Pitty apareceu com camisa de renda, short de jeans, meia liga preta e botas. Com um look que a imprensa portuguesa colocou num misto de Avril Lavigne com L7 (lembram-se delas?), Pitty mostrou competência e conquistou uma nova legião de fãs portugueses pela simpatia, pelo peso da música sem ter uma atitude poser e pela eficiência da sua banda – principalmente um baixista mais do que talentoso. O sol refrescava mas o calor continuava. Fim do show, palmas, até a próxima. Era a hora de dar uma volta. No recinto do Rock in Rio Lisboa as tribos estavam misturadas: rockeiros decadentes com camiseta do Guns, pais de família, nostálgicos dos hits dos anos 90, patricinhas, jovens marinheiros de primeiro festival, entre outros rotulados.
No Rock in Rio, estamos no shopping center dos festivais de rock. Quer fazer esportes radicais? Lá tem. Quer descansar num sofá inflável? Lá tem. Quer pagar as contas no banco? La tem. Quer comer pizza? Sushi? Frango Assado? Ler o jornal? Comprar Havaianas? Tudo é possível na cidade do rock, não seria Roberto Medina pai pela milésima vez de mais um Rock in Rio. E pouco importa se ele é em Lisboa, Roma, Madri ou Rio de Janeiro, Roberto Medina já disse que o seu sonho é realizar um mega show em simultâneo por um mundo melhor, em diversas partes do mundo. Não vai ser o primeiro, depois do Live 8, mas não duvido da sua capacidade.A receita é mascarar o peso do capitalismo selvagem dos patrocinadores que se acotovelam por um espaço dentro do recinto com a imagem politicamente correta do “por um mundo melhor”. Não duvido que é o que todos desejam, mas a mensagem social, a mensagem capitalista, a mensagem musical, a mensagem de marketing misturam-se de tal forma que não existe um protagonismo de nenhuma delas. É verdade quese trata de um show de rock, mas cada vez menos as pessoas vão ao Rock in Rio só por causa da música, ao contrário dos outros festivais. Vão porque é chic, vão porque é moda, vão porque querem ver como é, vão porque conhecem uma música do Red Hot. E tudo bem, porque pouco importa a sua tribo, que importa é estar lá, ou ter estado, como dizem as camisetas do Festival “Eu Vou” e “Eu fui”.

Continua...

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