Encontros
Conto enviado para o concurso da Revista Piaui.
- Eu juro que foi exatamente assim que aconteceu!
- Não acredito, Tobias..
- Esse homem esquisito veio e começou a falar comigo sem nenhuma pergunta nem apresentação..
- Certo, e eu sou a coelhinha da Páscoa..
- Por favor, Alice, gostaria que você me levasse a sério pelo menos uma vez.
- Ok, ok.. pode contar o que aconteceu..
Tobias abria e fechava a boca como se não estivesse satisfeito com a permissão da esposa. Ia começar a relatar o que presenciou, no entanto resolveu deixar um aviso.
- ..mas Alice, eu já disse que não sou mitômano!
Eu sei, você vive dizendo isso.. - ela se movimentava em círculos e isso o deixava sempre nervoso.
- Estava junto com o pessoal, o Torpedo e o Quatro-Olhos e esse homem apareceu falando numa linguagem complicada, dizendo que tinha elogios a nos fazer. Ficamos logo interessados, principalmente o Quatro-Olhos, você sabe como ele tem a auto-estima baixa, sempre desconfiado..
- Esses seus amigos precisam de um psicólogo.
Ele preferiu ignorar a crítica.
- O cara disse que nós somos os maiores e os melhores e ainda que somos bons ouvintes.
- Papo de bêbado, portanto..
- Ele não estava bêbado, Alice, mas parecia embriagado pelas palavras. Disse que não nos dobramos às ordens e elogiou a nossa independência. Estávamos fascinados com aquilo, nunca tinha acontecido comigo. O Torpedo até cochichou com o Quatro-Olhos e eu fiquei com receio que ele mudasse de ideia sobre a nossa capacidade de ouvir. Foi nessa hora que o homem lembrou que também queria fazer algumas críticas.
- Estava demorando..
- Disse que somos muito sonhadores e que às vezes até parece que queremos ter asas. E que devemos nos contentar com o que temos. E não ficou por aí. Garantiu que temos traidores no grupo..
- E você?
- Eu nada, mas o Torpedo ficou pê da vida. Quis tirar satisfações com o cara mas ele se despediu e virou as costas.
- E ficou nisso? Vocês não quiseram saber quem era? - Alice, apesar de não acreditar, ficou interessada na coragem do estranho indivíduo.
- Perguntamos, ele só disse que era religioso e que se chamava Antônio qualquer coisa.
- Estranho..Um peixe tem que aguentar cada coisa..
- Eu juro que foi exatamente assim que aconteceu!
- Não acredito, Tobias..
- Esse homem esquisito veio e começou a falar comigo sem nenhuma pergunta nem apresentação..
- Certo, e eu sou a coelhinha da Páscoa..
- Por favor, Alice, gostaria que você me levasse a sério pelo menos uma vez.
- Ok, ok.. pode contar o que aconteceu..
Tobias abria e fechava a boca como se não estivesse satisfeito com a permissão da esposa. Ia começar a relatar o que presenciou, no entanto resolveu deixar um aviso.
- ..mas Alice, eu já disse que não sou mitômano!
Eu sei, você vive dizendo isso.. - ela se movimentava em círculos e isso o deixava sempre nervoso.
- Estava junto com o pessoal, o Torpedo e o Quatro-Olhos e esse homem apareceu falando numa linguagem complicada, dizendo que tinha elogios a nos fazer. Ficamos logo interessados, principalmente o Quatro-Olhos, você sabe como ele tem a auto-estima baixa, sempre desconfiado..
- Esses seus amigos precisam de um psicólogo.
Ele preferiu ignorar a crítica.
- O cara disse que nós somos os maiores e os melhores e ainda que somos bons ouvintes.
- Papo de bêbado, portanto..
- Ele não estava bêbado, Alice, mas parecia embriagado pelas palavras. Disse que não nos dobramos às ordens e elogiou a nossa independência. Estávamos fascinados com aquilo, nunca tinha acontecido comigo. O Torpedo até cochichou com o Quatro-Olhos e eu fiquei com receio que ele mudasse de ideia sobre a nossa capacidade de ouvir. Foi nessa hora que o homem lembrou que também queria fazer algumas críticas.
- Estava demorando..
- Disse que somos muito sonhadores e que às vezes até parece que queremos ter asas. E que devemos nos contentar com o que temos. E não ficou por aí. Garantiu que temos traidores no grupo..
- E você?
- Eu nada, mas o Torpedo ficou pê da vida. Quis tirar satisfações com o cara mas ele se despediu e virou as costas.
- E ficou nisso? Vocês não quiseram saber quem era? - Alice, apesar de não acreditar, ficou interessada na coragem do estranho indivíduo.
- Perguntamos, ele só disse que era religioso e que se chamava Antônio qualquer coisa.
- Estranho..Um peixe tem que aguentar cada coisa..
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