O fim
E finalmente aquele dia chegara. O dia em que não teria mais nada o que dizer, em que todas as suas palavras serviriam para demonstrar o que ja havia sido dito. O dia em que toda a sua existência tinha o mesmo sentido de um sinal matematico de igualdade. Sentado à frente do computador, lembrou-se de do que Charles Duel, comissario do escritorio de patentes dos EUA, disse para o então presidente McKinley, em 1899. "Tudo o que pode ser inventado ja foi inventado". Repetiu a frase em voz alta como um mantra literario, do qual sempre duvidara mas pela primeira vez parecia lhe fazer sentido.
Nos ultimos tempos, o bloco de papel que carregava era cada vez menos consumido e, na sua frente, a tela do computador continuava branca como o medo. Medo que sempre negou existir, principalmente sob a presença de amigos. Você um dia vai ter um bloqueio, brincavam os mais chegados, acostumados com o fluxo constante de textos geniais e frases de efeito, e cientes de que a fonte nunca iria secar.
Nada mais enganoso. A correnteza diminuiu drasticamente. Alias, porque sera que existem tantas metaforas de criatividade com agua? Fonte seca, fluxo de ideias, tempestade cerebral.. Neste instante, sua mente era agreste e tinha cores quentes, mas sem o calor de outrora. Agora era apenas um espantalho da sua propria genialidade.
Lia muito, é verdade, mas os livros eram mais uma companhia de desespero criativo do que uma inspiração para futuras empreitadas literarias. Esvaziara as gavetas em busca de ideias antigas, que costumam povoar as escrivaninhas dos autores famosos, mas o caixote do lixo é o destino mais facil para velhos textos de um escritor velho.
Questionava-se o porquê de continuar escrevendo, apesar de nunca ter precisado, ou ter tido tempo de se perguntar isso. Você tem sempre algo a dizer, garantiam os fãs, suas historias são intrigantes, atestavam os criticos, mas agora não mais, esses tempos acabaram. Sabia que tinha que continuar a escrever, que tinha para quem escrever, mas desconhecia o que poderia escrever. Agora apenas gostaria de saber que tipo de gloria era essa, como um Pirandello às avessas, a de um autor em busca de suas personagens.
Inclinou a cabeça para tras e assim adormeceu, filosofando que se é normal a consagração de um escritor vir depois da sua morte, o que pode significar quando a sua carreira morre antes do corpo.
Nos ultimos tempos, o bloco de papel que carregava era cada vez menos consumido e, na sua frente, a tela do computador continuava branca como o medo. Medo que sempre negou existir, principalmente sob a presença de amigos. Você um dia vai ter um bloqueio, brincavam os mais chegados, acostumados com o fluxo constante de textos geniais e frases de efeito, e cientes de que a fonte nunca iria secar.
Nada mais enganoso. A correnteza diminuiu drasticamente. Alias, porque sera que existem tantas metaforas de criatividade com agua? Fonte seca, fluxo de ideias, tempestade cerebral.. Neste instante, sua mente era agreste e tinha cores quentes, mas sem o calor de outrora. Agora era apenas um espantalho da sua propria genialidade.
Lia muito, é verdade, mas os livros eram mais uma companhia de desespero criativo do que uma inspiração para futuras empreitadas literarias. Esvaziara as gavetas em busca de ideias antigas, que costumam povoar as escrivaninhas dos autores famosos, mas o caixote do lixo é o destino mais facil para velhos textos de um escritor velho.
Questionava-se o porquê de continuar escrevendo, apesar de nunca ter precisado, ou ter tido tempo de se perguntar isso. Você tem sempre algo a dizer, garantiam os fãs, suas historias são intrigantes, atestavam os criticos, mas agora não mais, esses tempos acabaram. Sabia que tinha que continuar a escrever, que tinha para quem escrever, mas desconhecia o que poderia escrever. Agora apenas gostaria de saber que tipo de gloria era essa, como um Pirandello às avessas, a de um autor em busca de suas personagens.
Inclinou a cabeça para tras e assim adormeceu, filosofando que se é normal a consagração de um escritor vir depois da sua morte, o que pode significar quando a sua carreira morre antes do corpo.
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Por outro lado... não seria só um eclipse? Tomara!!!
Posted by Dalva M. Ferreira | 4:38 PM
é verdade, um eclipse. ou um blog novo quem sabe...
Posted by Anônimo | 5:38 AM