domingo, setembro 25

Setembro

Mas o que fazer,
se numa manhã de domingo
a inspiração chegar
sorrindo sem graça
com a graça do amor?

Eu puxo pela mão,
chamo o sorriso pra perto
e te chamo de minha.

Esperei tanto
por esse domingo,
por esse sorriso
gracioso e sem graça.

Engraçado isso:
inspiração ter nome,
sorriso ter rosto
e isso tudo é você.

quarta-feira, setembro 21

Los Hermanos - parte 1

No dia 7 de Setembro fui num dos melhores shows que já vi e digo isso em todos os sentidos. Los Hermanos. Ok, eu sou fã, por isso, podem pensar que estou exagerando na dose, mas não estou não. Talvez um pouquinho. Como tirei algumas fotos e estava a fim de escrever alguma coisa, resolvi escrever meio que por capítulos, com uma foto de cada vez e um trechinho de texto acompanhando.

O show foi na sala 2 da Casa da Música. Apesar de conhecer a sala 1, não sabia como era a outra. Pensei que era uma sala com lugares sentados como a número 1, mas era um recinto relativamente pequeno para ser intimista e relativamente grande para ser preenchida por fãs. Palco modesto, paredes vermelhas dos lados, fundo do palco azul, teclado à esquerda, bateria simples no fundo, um xilofane do lado direito do palco. Os roadies acertavam os últimos detalhes, água, toalhas brancas, set list no chão. Os fãs da primeira fila(eu incluído) esticam o pescoço para saber quais músicas iriam ser tocadas. "Eles vão tocar Sentimental!", ouvi logo de cara de um fã com sotaque português. O público, aliás, era bem heterogêneo. Crianças, casais de meia idade, jovens fãs de Los Hermanos, jovens fãs de Ana Julia, jovens fãs do mais aclamado Ventura, jovens fãs brasileiros da banda querendo matar saudades.
Silêncio, luz apagada, palmas, assobios. A banda entra discretamente agradecendo as palmas. Bumbo da bateria e teclado iniciam o show. Dois Barcos abre o show, no começo de uma clara aposta no novo álbum. Naipe de metais sempre presente num som que encheu a sala de sons e silêncios. "Quem bater na primeira dobra do mar/dá de lá bandeira qualquer/aponta pra fé/e rema".

domingo, setembro 11

Ligação

Solto as amarras,
agarro no fio condutor,
sigo a linha dos sonhos
e fico preso a você.

Corto a fita do tempo,
puxo a corrente das horas
e os nós me ligam a você.

Amarro um barbante no mundo,
deixo cair a corda do medo.
E se algum laço me prende à vida
esse fio é você.

quarta-feira, setembro 7

Welcome to New Orleans!

Peço desculpas a quem prefere textos menores, mas essa entrevista me deixou impressionado. Acho que quem ouviu pelo menos um pequeno trecho pelo rádio também deve ter ficado como eu. É uma entrevista de Ray Nagin, mayor de New Orleans à WWL, uma rádio local, após o furacão Katrina. Vale a pena ler até ao fim.

INT: Have you talked with the President?
NAGIN: I've talked directly with the President. I've talked to the head of the Homeland Security, I've talked to everybody under the sun, I've been out there, man, I flew these helicopters, been in the crowds, talking to people crying don't know where their, where their relatives are. I've done it all, man, and I tell you, man, Garland, I keep hearing that it's coming. This is coming, that is coming, and my, my answer to that is bullshit, where is the beef. Because there is no beef in this city. There's no beef anywhere in southeast Louisiana, and these goddamned ships that are coming, I don't see 'em.
INT: What did you say to the President of the United States and what did he say to you?
NAGIN: I basically told him we had an incredible, uh, crisis here. And that his flying over in Air Force One does not do it justice. And that I have been all around this city, and I am very frustrated because we are not able to marshal resources and we're outmanned in just about every respect. You know the reason why the looters got out of control? Because we had most of our resources saving people. Thousands of people. That were stuck in attics, man, old ladies, when you pull off the doggone ventilator vent and you look down there and they're standing in there, and in water up to their fricking neck... And they don't have a clue what's going on down there. They flew down here, one time, two days after the doggone event was over, with TV cameras, AP reporters, all kinda goddamned --- excuse my French, everybody in America. But I am pissed.
INT: Did you say... did you say to the President of the United States, "I need the military in here"?
NAGIN: I said I need everything. Now I will tell you this, and I give the President, uh, some credit on this: he sent one John Wayne dude down here that can get some stuff done. And his name is General Honoré. And he came off the doggone chopper, and he started cussing and people started moving. And he's getting some stuff done. They oughtta give that guy --- if they don't wanna give it to me --- give him full authority to get the job done. And we can, we can save some people.
INT: What do you need, right now, to get control of this situation?
NAGIN: I need reinforcements. I need troops, man. I need five hundred buses, man. We're talking about, y'know, one of the briefings we had they were talking about getting uh, uh... y'know, public school bus drivers to come down here and bus people outta here. I'm like, you gotta be kidding me, this is a national disaster! Get every doggone Greyhound bus line in the country and get their asses moving to New Orleans! That's they're thinking small, man, and this is a major, major, major deal. And I can't emphasize it enough, man... this is crazy! I've got fifteen to twenty thousand people over at the Convention Center, it's bursting at the, at the seams, the poor people in Plaquemines Parish, they're at, they're, they're air-evac'ing people over here in New Orleans, we don't have anything, and we're sharing with our brothers in Plaquemines Parish. We, it's, it's it's awful down here, man.

(...)

INT: Well you and I must be in the minority, because there've been apparently, there's a section of our citizenry out there that thinks, uh, because of the law, that says the federal government can't, can't come in unless requested by the proper people, that everything that's going on to this point has been done as good as it could possibly be.
NAGIN: Really?
INT: I know you don't feel that way.
NAGIN: Well, did, the, the tsunami victims request? Go through a formal process to request? Uh, y'know... did Iraq, did the Iraqi people request that we go in there? Did they ask us to go in there? They, what hap... what is more important? This is, and y'know, I, I'm'a tell you, man, I, I am... I'm probably gonna get in a whole bunch of trouble. I'm probably gonna get in so much trouble that it ain't even funny, they probably won't even wanna deal with me after this interview is over.
INT: Well you and I'll be in the funny place together.
NAGIN: But... we authorized eight billion dollars to go to Iraq. Licketys... quick. After 9/11, we gave the President unprecedented powers, licketys... [snaps fingers] quick, to take care of New York and the other places. Now you mean to tell me, that a place where most of your oil is coming through, a place that is so unique, when you mention New Orleans anywhere around the world, everybody's eyes light up. You mean to tell me, that a place where you probably have thousands of people that have died, and thousands more that are dying every day, that we can't figure out a way to authorize... the resources that we need? Come on, man. Y'know, I'm not one of those drug addicts. I am thinking very clearly. And I don't know whose problem it is, I don't know whether it's the governor's problem, I don't know whether it's the President's problem. But somebody needs to get their ass on a plane, and sit down, the two of them, and figure this out. Right now.

(...)

segunda-feira, setembro 5

Último romance

Último Romance - Los Hermanos
(Rodrigo Amarante)

Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
e quanto levou foi pra eu merecer
antes de um mês eu já não sei
e até quem me vê, lendo jornal
na fila do pão
sabe que eu te encontrei

E ninguem dirá
que é tarde demais
que é tao diferente assim
o nosso amor
a gente é quem sabe, pequena

Me diz o que é o sufoco
que eu te mostro alguém
a fim de te acompanhar
e se o caso for de ir à praia
eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei-a
e quis duvidar
tanto clichê
deve não ser
voce me falou
pra eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
e só de te ver
eu penso em trocar
a minha tv num jeito de te levar
a qualquer lugar
que você queira

E ir onde o vento for
e pra nós dois
sair de casa ja é
se aventurar...

quinta-feira, setembro 1

Robert Capa



Robert Capa, Magnum Photos - Tour de France 1939



Apenas duas fotos interessantes do melhor fotógrafo de guerra de todos os tempos, Robert Capa, um dos fundadores da Magnum, juntamente com Henri Cartier-Bresson e David Seymor. As fotos mais conhecidas de Capa são as referentes ao Dia D, no desembarque das tropas aliadas, em 6 de Junho de 1944. Numa época em que os jornalistas infiltrados apenas carregavam uma Rolleiflex, Capa conseguiu 106 fotos que quase custaram a vida. Resultado: na revelação dos negativos num laboratório da Time-Life London, Larry Burrows, um estagiário de 15 anos queimou o filme de Capa, literalmente. Sobraram 11 fotos.
Robert Capa morreu ao pisar numa mina quando cobria a guerra da Indochina, 1954. Coincidência ou não, Burrows morreu na queda de um helicóptero militar quando já era fotógrafo profissional para a Time Magazine.

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