Voltar à infância pode ser mais fácil do que imaginamos. Pode ocorrer com um cheiro, com uma música, com uma lembrança, uma história ou uma fotografia. Ou então pode acontecer com uma mistura de sentimentos e sensações irrepetivelmente explosivas e intensas, de uma forma difícil de explicar mas que me faz cogitar que se existe Alguém lá em cima, deve saber do que estou falando, porque deve se tratar de uma espécie de adrenalina divina.
As cores alaranjadas que nunca esqueci, o cheiro que estava guardado num cantinho da memória, a história que se confunde comigo e as lembranças tão boas que um mero livrinho infantil me traz com tanta força.
Como se o fato de ter o livro nas mãos, depois de tanto tempo, me levasse de volta ao quarto da minha avó, junto das listas telefônicas antigas, das revistas Cláudia, num armário tortinho e entulhado de coisas. Essa volta no tempo não tem preço nem descrição. Graças à Ruth Rocha eu soube porque eu não me chamo Marmelo, nem Martelo, mas graças à
você eu me lembrei de tudo isso. Obrigado por trazer essa sensação de volta numa memória às vezes tortinha e entulhada de coisas.